Atenção aos que fazem

É natural em qualquer empreendimento procurarmos nos cercar das pessoas mais qualificadas. Afinal, quanto mais qualificada, psicologicamente e tecnicamente, uma pessoa está em determinado área do conhecimento, maior é a chance dela dar uma maior e melhor contribuição ao desafio que se coloca à nossa frente.

Neste contexto, é importante lembrarmos que o conhecimento não possui apenas a dimensão proficiência, geralmente graduada em baixa, média e alta, mas possui também a dimensão natureza, podendo ser dividida em conhecimentos operacionais, táticos, estratégicos, e de liderança. Portanto, a qualificação de determinado indivíduo é na verdade uma combinação entre a natureza e o grau de proficiência que ele possui.

Tem gente que é boa em “fazer”, outros se dedicam ao “como” fazer, alguns já preferem os “o quê”, “quando”, e “onde”, enquanto outros gostam mesmo dos “por quês”. Raramente encontramos alguém que possui um alto grau de proficiência em todas estas naturezas de conhecimentos, e, por isso, é importante sabermos compor times heterogêneos.

Interessante que a distribuição destes conhecimentos nos times não precisa ser uniforme, pelo contrário, pode muito bem ser organizada em formato de pirâmide, onde na parte mais populosa, na base, temos aqueles que se dedicam a executar as suas atividades com eficiência, no meio, temos aqueles interessados na eficácia do trabalho, e no alinhamento com os clientes internos e externos, e, no topo, aqueles que se dedicam a criar as condições e as motivações necessárias para que o trabalho de todos seja possível de ser executado.

Quanto mais para cima, mais conhecimento de negócio é exigido, quanto mais para baixo, mais conhecimento técnico é necessário. Quanto mais para cima, maior o foco nos resultados, quanto mais para baixo, maior o foco nas ferramentas. Quanto mais para cima, mais experiência, quanto mais para baixo mais profundidade. Quanto mais para cima, mais subjetivo, quanto mais para baixo, mais concreto. Quanto mais para cima, mais dependente do tempo, quanto mais para baixo, mais dependente do escopo.

Se o sucesso não é algo alcançado de forma individual, mas sim é fruto do trabalho coletivo de diversos profissionais com as mais variadas qualificações, é importante refletirmos que não existe nenhuma realização humana que se sustente sem uma base, um alicerce forte. Nas empresas, esta base são as pessoas que executam com eficiência o plano estabelecido.

Quanto mais cedo nos dedicarmos à base, mais rápido tiraremos o fantasma do apagão de talentos do nosso caminho, afinal é ali onde temos o maior contingente de profissionais, e também o maior controle sobre o programa de formação, podendo organizá-lo e fatiá-lo da forma que produza os maiores resultados no menor espaço de tempo.

Já temos excelentes empreendedores, líderes, e estrategistas. O que nos falta neste momento é darmos mais atenção àqueles que fazem, pois visões, frameworks e processos sem realização, agora, e sempre, nunca passarão de um belo sonho organizado.

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